A importância da música na Umbanda
- Casa de Caridade Gauisa
- 28 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Para podermos entender a importância da música e seus benefícios na Umbanda, preciso inicialmente contar uma bela história do grande médium Chico Xavier. Certa vez, convidado para uma entrevista na extinta TV Tupi, no programa Pinga Fogo, Chico foi questionado pelo entrevistador se poderia realizar uma psicografia e, após um longo tempo sendo bombardeado de perguntas, eis que respondeu: - “Vamos tentar”. E, em poucos segundos, solicitou: - “Poderia vos pedir um pouquinho de MÚSICA que ajudasse”. Música que ajudasse! Sim, foi exatamente isto que Chico pediu! Atendendo ao seu pedido, uma bela sinfonia começou a tocar e, com as mãos posicionadas na fronte, como se direcionasse sua atenção, concentrou-se e, em poucos instantes, escreveu a mensagem através da psicografia.
Esse relato demonstra claramente o elemento auxiliador presente nas notas musicais, melodias e harmonias que ditam o ritmo evidenciam a força de uma música. Nesse caso, certamente a música teve um papel fundamental na concentração de Chico, facilitando a conexão com o seu guia espiritual. Não é à toa que, nos dias atuais, a terapia através da música, chamada musicoterapia, contribui significativamente nos processos de busca pelo reequilíbrio mental, físico e, emocional e espiritual.
Na Umbanda, as canções são conhecidas como pontos cantados e são ritmadas com diversas finalidades, como, por exemplo, o desenvolvimento dos rituais de início, meio e fim das giras, auxílio na concentração para o acoplamento/desacoplamento (incorporação) dos médiuns com as suas entidades de trabalho, em homenagens aos Orixás e Guias da Umbanda. Trata-se de verdadeiras orações cantadas, capazes de atuar no campo vibracional e realizar limpeza astral nos assistentes, médiuns e em todos os espaços físicos e espirituais do terreiro. Tudo isso com o auxílio grandioso dos Ogãs, que executam os pontos cantados harmoniosamente a cada toque de atabaque, proporcionando ritmo e organização ao ritual.
Além disso, não se pode esquecer da corrente que se forma quando assistência e corpo mediúnico vibram cantando e batendo palmas. Ah…as palmas! Quantas vibrações emanam da simples ação de bater palmas durante os pontos cantados, grandes ativadores dos chakras localizados em nossas mãos. Tudo isso contribui para o processo de firmeza de todos os presentes e de fortalecimento da egrégora espiritual da casa.
Porém, pode surgir a seguinte pergunta: Chico Xavier conseguiria realizar a psicografia se não houvesse música? E, na Umbanda, sem o som dos atabaques e pontos cantados, seria possível a sintonia com as entidades de trabalho?
Vamos refletir com uma importante observação: a música é uma linguagem universal. Diferentemente dos idiomas, que apresentam sons e sinais gráficos diferenciados entre si, na música não há distinção. As notas musicais são as mesmas em qualquer lugar do planeta. Nada melhor do que se conectar com as melhores energias pela música. Maravilhoso, não é mesmo?
A música, através dos pontos cantados, pode ser considerada importante elemento no auxílio da realização do trabalho mediúnico. Mas...pare, pense e reflita sobre o que é realmente necessário para um trabalho de caridade. A sua intenção, a sintonia com os guias espirituais, a egrégora da casa e, principalmente, muito amor no coração são os elementos primordiais para a realização de qualquer trabalho de caridade na Umbanda, pois, como ensina Pai Joaquim: “O amor é o caminho! “
Roberto Fernandes
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