O Sopro na Umbanda
- Casa de Caridade Gauisa
- 14 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Começo a reflexão com a seguinte pergunta: você já soprou a ferida de alguma criança após ela ralar ou queimar alguma parte do corpo? Ou até já aplicou o sopro em você mesmo após se machucar? Apesar da dor física, a sensação de alívio é imediata, não é? Às vezes fazemos isso de forma automática e sem percebermos a grandiosidade deste simples e belo ato!
Diante disso, vamos transpor tal reflexão para o campo espiritual. André Luiz, espírito conhecido por todos nós, no livro “Os Mensageiros”, psicografado por Chico Xavier, destinou um capítulo inteiro à utilização do sopro como técnica utilizada por benfeitores espirituais…Trata-se do capítulo 19 -intitulado justamente de "O Sopro"- e no qual é descrito um posto de socorro espiritual. Nesse local, o espírito Alfredo, administrador do posto, nos ensina:
"– Como o passe, que pode ser movimentado pelo maior número de pessoas, com benefícios apreciáveis, também o sopro curativo poderia ser utilizado pela maioria das criaturas, com vantagens prodigiosas."
Mais à frente, é feita uma abordagem sobre se estar ou não apto à técnica do sopro:
"– Nos círculos carnais, para que o sopro se afirme suficientemente, é imprescindível que o homem tenha o estômago sadio, a boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal, e a mente reta, interessada em auxiliar. Obedecendo a esses requisitos, teremos o sopro calmante e revigorador, estimulante e curativo. Através dele, poder-se-á transmitir, também na Crosta, a saúde, o conforto e a vida."
E, na sequência, mais considerações do espírito Alfredo acerca do tema:
"– Isto não é novo. Jesus, além de tocar naqueles a quem curava, concedia-lhes, por vezes, o sopro divino. O sopro da vida percorre a Criação inteira. Toda página sagrada, comentando o princípio da existência, refere-se a isso. Nunca pensaram no vento, como sopro criador da Natureza?"
A partir dessa leitura, comprovamos a aplicação da técnica do sopro em tratamento de enfermos no plano espiritual.
Mas, e na Umbanda? Você já viu algum caso de aplicação da técnica do sopro? Vamos lá! Listarei alguns exemplos:
O sopro é dispersivo e, por isso, grande auxiliador no alívio de dores e na limpeza do campo vibracional.
Os sábios e enérgicos Caboclos, através dos passes, podem soprar os elementos provenientes do charuto em nosso campo áureo, realizando a limpeza necessária dos pontos energéticos.
Já os humildes Pretos Velhos, pelos seus cachimbos, pitam e assopram, possibilitando a dispersão de miasmas e larvas astrais, enquanto nos ouvem atentamente durante uma boa conversa ao pé do ouvido;
E, claro, a Senhora dos Ventos não pode faltar. Iansã nos traz o Sopro Divino emanado de Zambi, nosso Pai Maior. Eparrei Iansã!
O Criador nos oferece o sopro divino pela Mãe Natureza, seja no alto de uma montanha ou na beira de uma bela praia. Vamos sentir o sopro divino em nossos rostos! Ao vermos o balanço das árvores ou as ondas do mar, procuremos perceber toda essa energia! Abrir as janelas de casa e deixar o sopro invadir os cômodos! Respirar, inspirar e expirar o sopro divino! Além disso, o sopro se aplica à limpeza de cristais e instrumentos de terapias holísticas. A natureza é bela e sábia, não é mesmo?
Assim, percebemos que o sopro vai muito além do aspecto físico, se fazendo presente em toda a Criação, nos mais diversos planos.
O sopro é divino! Sopremos nossas feridas para curarmos nossas vidas!
Roberto Fernandes - Médium da Casa de Caridade Gauísa
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