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Fio de Contas na Umbanda - Guias

Atualizado: 2 de mai. de 2022

As guias, ou fios de contas, que utilizamos na Umbanda representam, em síntese, a conexão do médium com os Orixás que fazem parte de sua coroa mediúnica (ou eledá) e as entidades que o acompanham (podendo incluir guias e mentores espirituais). É, portanto, um objeto sagrado e precisa ser respeitado e cuidado como tal. Sua função principal é absorver as energias negativas acumuladas nos campos eletromagnéticos de quem as usa, impedindo que essas energias afetem o médium, protegendo-o durante os rituais e procedimentos religiosos, além de manter o equilíbrio dos chakras.

As guias podem ser feitas de diversos materiais, dentre os quais destacamos: cristais (uma espécie de vidro), madeira, osso, sementes, ferramentas, etc. Alguns elementos são usados para compor uma guia, tais como os cristais (as pedras em si) e ferramentas (miniaturas de itens associados aos Orixás e às entidades). Dê preferência a materiais que conduzem melhor as energias.


Para fechar as guias, é utilizada uma miçanga maior que chamamos de “firma”. Essas firmas podem ser feitas de diversos materiais, seja uma miçanga mais larga e maior (por exemplo) ou uma pedra natural furada. As Firmas são pontos de força na Guia, sendo o local por onde entra e sai a energia que circula nesse objeto sagrado. É importante que essa firma, por ser essa representação do firmamento da força que habita nessa guia, esteja em contato com a sua nuca, porque nessa região está o Chakra Corpo Causal, que ajuda na comunicação com o mundo espiritual.


O Chakra Corpo Causal é um chakra de recepção sonora localizado na nuca, no ponto de encontro entre o crânio e o pescoço. Ele faz parte do Complexo da Garganta e sua cor pode ser de um azul-prateado ou violeta-avermelhado. Sua função é receber a comunicação proveniente de fora do nível físico e manifestá-la ou traduzí-la em informação que seja útil na Terra. É um chakra importante na atividade de canalização (incorporação mediúnica) e na conversão de informações inconscientes em conscientes, como na psicografia e na cura com guias espirituais.


Outros chakras de recepção e comunicação localizados em outros níveis alimentam o chakra do Corpo Causal, embora sempre com níveis reduzidos de energia. Esse centro é todo potencial (o Não-Vazio) e é o receptor das impressões provenientes do ponto transpessoal. Desse lugar a energia espiritual parte para os outros centros, "ligando e sintonizando o impessoal com o pensamento humano". O centro tem de estar ativado e equilibrado para poder levar a cabo a sua função de dar sustentação mental ao propósito de vida da pessoa.

Via de regra, existem guias de trabalho e de proteção, de acordo com a finalidade que são utilizadas.


As de trabalho são aquelas que usadas nos diversos rituais e procedimentos da Umbanda. Na Casa de Caridade Gauisa, por exemplo, quando um médium ingressa para o corpo mediúnico, deve confeccionar uma guia de Oxalá (transparente ou leitosa) e uma guia de Exu (preta e vermelha), ambas montadas em 1 (um) fio (geralmente de nylon, por ser mais resistente) com contas de cristais facetadas (8 mm) e 1 (uma) firma.


A guia de trabalho precisa ter o comprimento suficiente para cruzar seu corpo até a altura do umbigo, transpassando os principais Chackras. Não existe número específico de contas necessárias, já que varia conforme o tamanho do médium.


Com o passar do tempo e o desenvolvimento do médium, são feitas outras guias, especificamente para as entidades e Orixás que o acompanham, sempre com autorização do mentor espiritual da Casa, das entidades que trabalham com o médium, além de sua própria intuição.

É importante destacar que as informações trazidas nesse texto se baseiam no fundamento da Casa de Caridade Gauisa. As regras e fundamentos adotados quanto à utilização das guias podem variar de terreiro para terreiro, sempre com a orientação do Mentor ou Guia chefe ou do Zelador.


Quando o médium é chamado para realizar o ritual da Camarinha (para entender mais, confira o link no final deste texto), são confeccionadas guias de 3 (três) fios com 4 (quatro) firmas que, em geral, são as seguintes: de Oxalá, de Exu e dos Orixás que compõem o eledá do médium.


A guia de 7 (sete) fios (com quatro firmas) só é feita quando o filho de santo se tornar Ialorixá ou Babalorixá.


O brajá é um tipo de guia que é feito com búzios, formando como se fossem escamas. O brajá deve ser utilizado apenas por quem tem algum cargo dentro de uma casa espiritual, como o dirigente, Ogan, ou Ekedji. Em alguns fundamentos considera-se brajá também uma guia com vários fios (geralmente 7) e várias firmas, mas também só pode usar quem é Zelador (a), pois simboliza grande conhecimento.


Na nossa casa, a utilização padrão das guias é cruzada no peito, de um ombro até o outro lado do corpo, de modo que fique transpassada por todos os chakras.


Todas as guias precisam ser purificadas (lavadas com uma das águas sagradas) para, logo em seguida, serem imantadas e energizadas. Na Casa de Caridade Gauisa, as guias são consagradas pela Zeladora, pela Mãe Pequena ou por alguma entidade, que as impregna com o Axé necessário. Eventualmente, a própria pessoa pode realizar, sozinha, um ritual para consagração de suas guias de proteção.


Com o passar do tempo, é importante que as guias sejam limpas e cuidadas, seja com defumação, banho de ervas ou águas sagradas.


Nos casos de rompimento da guia, primeiro devemos analisar se foi por conta de algo físico. Os materiais utilizados foram de qualidade? Os nós estavam firmes? A guia já estava começando a ceder no nylon? Passado isso, pensamos nas possibilidades espirituais. Como a guia é utilizada para nossa proteção, absorvendo energias negativas, se o caso dela romper foi por isso, significa que vinha fazendo um bom trabalho.


Nestas hipóteses, o ideal é se comunicar com o dirigente da casa para saber o que fazer. Existe possibilidade de refazer, com as mesmas contas; desfazer-se dessa guia e criar uma nova do zero... O importante é que após refeito, precisa passar novamente pela purificação, ou cruzamento como é conhecido esse ato dentro dos terreiros, da guia com o zelador ou entidade.


Nota importante: nenhuma guia deve ser feita sem fundamento, principalmente quando não há conhecimento sobre o que está sendo feito. Ou seja, é recomendado que sempre peça orientação aos guias ou a um dirigente espiritual, para que essas confecções não caiam no âmbito de vaidade, e sim que seja um objeto sagrado que faça sentido ser feito e utilizado.


Nota importante 2: Somente relembrando que algumas informações trazidas aqui podem variar de acordo com o fundamento de cada Casa e também caso você esteja em religião de Candomblé. As explicações podem variar de acordo com as orientações dos mentores de outras Casas.


Maria Luiza – Médium da Casa de Caridade Gauisa


Link Artigo sobre Camarinha: https://www.casadecaridadegauisa.com.br/post/o-que-%C3%A9-a-camarinha

 
 
 

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