Uso do fumo na Umbanda - Porque as entidades fumam?
- Casa de Caridade Gauisa
- 30 de set. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de out. de 2021
O fumo é vegetal que traz o elemento terra e água, em sua composição e, os elementos ar e fogo quando utilizado na defumação.
Conjuga, portanto, quando usado pelas entidades de Umbanda, os quatro elementos básicos – terra, fogo, ar, água -, além do elemento vegetal nos trabalhos de magia.
O fumo é utilizado como meio de descarrego, agindo sobre os chacras dos consulentes. É utilizado como componente para defumação, onde conjuga o fogo e a fumaça para a destruição dos campos magnéticos negativos.
Assim, o que as entidades da Umbanda fazem é utilizarem ervas, juntamente com os elementos água, fogo e ar para realizarem suas magias e defumações, destruindo larvas astrais, miasmas e as energias negativas que são prejudiciais à aura do consulente.
O fumo tem suas características vegetais, energéticas e possui substâncias importantes como sais minerais, hidrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, nitrogênio, vitaminais retiradas do solo onde foi cultivado e do meio ambiente, além da absorção da energia solar e lunar, razão pela qual condensa forte carga energética de impregnações etéreas que libera durante a sua queima.
Se prestarmos atenção na atitude das entidades incorporadas, veremos que enquanto estas fumam, estão constantemente jogando baforadas da fumaça de seu cachimbo, charuto, ou cigarro sobre aquele que com eles se consulta. Não tragam a fumaça, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar. Para quem não sabe, nessa hora está sendo realizado verdadeiro passe, onde a defumação se conjuga com o sopro para realizar a limpeza energética da aura ou períspirito da pessoa.
Sabemos que as entidades podem realizar seu trabalho sem a utilização desses elementos sem qualquer problema. Mas, poder-se-ia dizer, se elas existem e comprovadamente têm o seu significado, por que se abster de usá-las? O que deve ser deixado de lado é a associação de seu uso como indicativo de inferioridade.
A título de curiosidade, devemos ressaltar que os Guias de Umbanda dependendo da linha em que realizam seu trabalho, não se utilizam dessas ferramentas, sendo que podemos encontrar a mesma entidade realizando o mesmo trabalho, mas em outra linha vibratória, sem se valer desses elementos em situações específicas, mas não deixando de ser a mesma entidade. De uma forma ou de outra, vai realizar seu trabalho e não vai ser mais ou menos evoluída por isso.
O que deve ficar entendido é que a entidade incorporada quando realiza o sopro da fumaça de seu cachimbo, charuto, ou cigarro, dando suas baforadas nos consulentes, cria com isso as condições, tanto no plano físico quanto espiritual, para a realização da magia da Umbanda, tudo sob o aval dos espíritos de luz e dos Orixás.
Só o sopro em si carrega efeitos terapêuticos e espirituais poderosos, mas quando aliados à erva tem seu efeito potencializado, gerando resultados positivos como se observam nos terreiros de Umbanda.
A dinâmica, portanto, deve ser entendida como um todo. Alia-se, ao trabalho das entidades de Umbanda o fumo. O fumo auxilia o trabalho no das entidades e espíritos superiores que orientam os trabalhos, a energia presente na própria natureza através dos elementos naturais, bem como o ectoplasma retirado dos médiuns durante os trabalhos mediúnicos, possibilitando a cura do consulente necessitado de ajuda.
Entender essa prática como apego dos espíritos incorporantes à matéria passa a ser, dessa forma, desconhecimento pueril acerca dos trabalhos magísticos realizados dentro da ritualística da Umbanda.
No contato permanente com as entidades que incorporam na Umbanda, passamos a perceber, inclusive, sua preocupação com o uso indiscriminado de fumo ou de cigarros que são comercializados, e seus conselhos para evitarem que seus médiuns tenham seu corpo prejudicado pelo uso de tais ferramentas.
É comum pedirem cachimbos com filtro para diminuírem ainda mais a assimilação pelo corpo do médium da nicotina presente em cigarros ou fumo comercializado.
Hoje é comum ver entidades solicitando aos seus médiuns, que fabriquem seu fumo com ervas naturais, como alecrim, alfazema e outras aliadas ao fumo in natura. A combinação de tais ervas potencializa os efeitos energéticos, catalisadores, descarregadores e equilibrantes do perispírito do consulente.
Algumas entidades chegam a cuspir em recipientes adequados, a famosa “caixinha”, que fica ao seu lado para neste ato evitar ao máximo a ingestão da nicotina e de outros elementos que não interessam para o trabalho espiritual e muito do que vêm pela química industrial.
Desta forma, concluímos que o fumo é uma ferramenta de trabalho útil das entidades da Umbanda.
Tal fato deve ser estudado e explicado durante a doutrinação dos médiuns e assistentes das giras de Umbanda para entenderem com seriedade o processo. Só assim podemos evitar entendimentos errados que levem a denegrir a verdadeira caridade prestada pelas entidades e guias de Umbanda.
Entendemos que atualmente o uso do fumo deve ser moderado, pois temos certeza que a qualidade do fumo está cada dia mais comprometedora. Devemos estar atentos aos exageros comportamentais.
Sabemos também, que o uso do cigarro pode ser prejudicial para o médium e para todos que estiverem na gira, em virtude da sua composição atual. Os médiuns devem procurar utilizar fumos puros para que a finalidade de limpeza seja eficaz.
As entidades podem se valer da limpeza utilizando outros elementos e compete a nós, médiuns, fazer uso dessa terceira energia, nos posicionando pelo bom senso, sem jogar fumaça na cara dos outros.
Ao contrário do que muitos possam pensar, os trabalhos de uma entidade não se tornam mais fracos ou fortes por conta da utilização do fumo e da bebida, a força do espírito é exatamente a mesma.
A prática é comum e o uso do fumo em cultos religiosos é socialmente reconhecido, sendo uma das exceções da lei antitabagismo de alguns municípios brasileiros.
No reino vegetal, temos ervas de várias propriedades, que quando combinadas e ativadas (queimadas) tornam-se grandes condutores energéticos, descarregadores, energizadores e equilibradores. Então, seguem algumas receitinhas:
Façam charutos para caboclos com as seguintes ervas piladas: sálvia, alfazema e calêndula, pode ser enrolada na palha, o Caboclo aceita esta receita que é muito boa e funciona tanto quanto um charuto bom e natural, sem a química.
Para Preto Velho façam o fumo de cachimbo com sálvia, alecrim, folha de café e urucum.
Para os Exus podemos de pilar sálvia, cravo vermelho seco e levante, hibisco e pétalas de rosa
Umbanda é Luz, e onde não houver bom senso e ética, não tem Umbanda!
Concluindo, bom lembrar que as entidades não são viciadas em tabaco e não fumam de forma vulgar e compulsiva. Elas utilizam o tabaco com propósito, nunca para prejudicar e não dominado pelo vício.
A Umbanda tem fundamento, é preciso estudar!
Texto adaptado pela Casa de Caridade Gauisa